Centro que agia com o movimento Transcidadania é fechado em em 2019 por uma medida da Prefeitura
- Evellyn Torres
- 11 de jan. de 2022
- 2 min de leitura
“Há um desmonte da saúde pública, principalmente nas políticas de diversidade” afirma o psicólogo Leandro Sena sobre fechamento do Centro de cidadania LGBTQIA+ de acolhimento Luiz Carlos Ruas, em São Paulo, que ocorreu em novembro

O professor licenciado em Filosofia e Sociologia pela UNIFAI e Psicologia pela UNIP, Leandro Sena, relembra que seu trabalho no Centro de Cidadania LGBTQIA+ era voltado para a saúde mental e reestruturação profissional e social de transexuais. Agora, realiza atendimento psicológico - de jovens, adolescentes e adultos - em sua clínica, e atua desde junho de 2020 com o Instituto Pró-Diversidade, efetuando papel psicológico. Para ele, o fechamento tem bases no governo e completa “O Brasil sofreu uma grande revolução política e social de um retorno ao conservadorismo”.
Desde as eleições presidenciais de 2018 o Brasil enfrenta um retorno ao pensamento tradicional. Segundo o psicólogo, independente da figura no poder, padrões de comportamento serão legitimados. Atualmente, há no governo do presidente Jair Bolsonaro, um pensamento de extrema direita conservadora, que influencia diretamente a sociedade. Como consequência, ondas de hostilidade contra a comunidade LGBTQIA+ são geradas.
Com base no relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) - principal entidade LGBTQIA+ do país - em 2019 foram registradas, em média, 1 morte violenta a cada 26 horas. As principais vítimas se dividem entre gays, transexuais e travestis. Durante as consultas, o psicólogo notou que os pacientes pertencentes a este grupo relataram o medo que sentiam em relação ao desconhecido, a pandemia. E de “sofrer alguma punição simplesmente por ser quem é”, mesmo após a criminalização da homofobia e transfobia em junho de 2019.
Como professor e psicólogo, Leandro afirma ser necessário desmistificar fake news, como kit gay. “Não tem nem água direito, que dirá ‘mamadeira de piroca’” diz, e entender a vulnerabilidade e promover o acesso ao mercado de trabalho, desse grupo, que é constantemente, marginalizado.
03/09/2020
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